Por Vinícius Souza (Vina)- Professor de Sociologia do IFAL Campus Piranhas
O Grêmio Estudantil Velho Chico e os alunos já tiveram oportunidades para debater acerca das dificuldades de ambas as partes. Como eu já disse em posts no facebook e pretendo retomar essa questão aqui, faz-se de profunda importância que o grêmio conjuntamente com os alunos e alguns professores, passem a estabelecer formas de organização entre eles para que atinjam não só uma melhor comunicação, como também um estímulo para que o movimento de diálogo não perca força entre eles.
Como foi detectado no encontro do grêmio com os alunos em salas de aula, o problema mais recorrente diz respeito à comunicação. Resta-nos encontrar caminhos possíveis para que essa comunicação tome fôlego para que com isso façamos essas duas esferas tomarem forças e autonomia. Para isso, como eu venho dizendo, é pertinente pensar em duas possibilidades de diálogos entre eles. Uma eu chamo de momento federativo e a outra é o que eu ando me referindo à união das federações.
Sabemos que cada turma possui problemas mais internos a cada uma delas, isso deve ser resolvido nas reuniões federativas. Por outro lado, existem problemas que englobam todas as turmas e que devem ser tratados nas reuniões que impliquem a união das federações. Em se tratando de cada turma, o grêmio tem que pelo menos ter a possibilidade de encontro com cada uma delas duas vezes por mês. Quanto à questão dos problemas gerais, o grêmio deve também se reunir ao menos quinzenalmente para ouvir críticas e sugestões das turmas representadas por seus respectivos líderes.
Como fazer com que o grêmio entre em contato com cada turma ao menos duas vezes ao mês? Bom, sabemos que existem professores que não levam a sério a movimentação estudantil e muitas vezes preferem optar por posturas arrogantes e ditatoriais. Para isso o grêmio tem que encontrar estratégias. Um caminho possível é sugerir a professores mais adeptos e conscientes da importância da mobilização estudantil a cederem ao menos uma de suas aulas ao mês em cada turma.
Será necessário negociar possíveis datas e turmas com esses professores. Como se fará isso? Vamos ao exemplo: determinado professor cede uma aula no mês de dezembro, por exemplo, em uma determinada turma enquanto o outro professor na mesma turma cede outro dia na quinzena do mês. O importante é que os encontros sejam frequentes e que não façam os professores perderem seus horários para a exposição de conteúdos. Esse procedimento se fará com todas as outras turmas.
Com relação à reunião com os todos os líderes das outras turmas, o grêmio terá que negociar com eles possíveis horários. Essas reuniões com os líderes são as que eu chamo de união das federações, uma vez que tentarão compreender os problemas comuns detectados em todas as turmas, não se limitando apenas à questões que perpassam mais na ordem interna de cada turma como é o caso das reuniões federativas expostas mais acima.
Vale lembrar que esse momento da união das federações não significa que os outros alunos que não sejam líderes das turmas não possam participar. A ideia desse momento serve muito mais por termos consciência de que infelizmente a excessiva carga de aula imposta pelo IFAL não permite com que se faça uma reunião com todos os discentes. Acho que é importante fazer essa observação para que não seja alimentado entre os líderes a ideia de decisões de cima para baixo.
Em se tratando das reuniões federativas, nós podemos contar com alguns professores que já se demonstraram disponíveis para que essa mobilização seja efetuada. Esses professores são Alexsandro (Tileco) professor de geografia, Fabrício Avelino de Língua Portuguesa e a professora Alcimara também de Língua Portuguesa. Inclusive estou marcando uma reunião com esses professores nesta quinta-feira entre os horários de 13:00 à 14:30 no IFAL.
Acredito que estamos indo por um caminho racional, mas sem deixarmos de lado a paixão e a utopia, pois sabemos que estas movem a realidade e fomentam os nossos sonhos. Se continuarmos andando dessa forma, ou seja, com alunos buscando entender o seu papel e o papel do grêmio na instituição educacional e vice e versa, junto com professores disponíveis em fazer da educação um cultivo à emancipação política do sujeito, 2013 será um ano de grandes conquistas.
Conseguindo fazer uma mobilização organizada, não durará muito para que outros professores decidam compartilhar. Posteriormente, essa relação vai se estender aos gestores. Porém, vamos com calma. Primeiro precisamos construir uma base sólida para que depois possamos ir atingindo outras esferas da instituição. O importante é fortalecer o núcleo. O resto, o tempo, através das mobilizações conscientes, irá alterando o percurso das coisas. Um passo de cada vez.
Você falou com propriedade Professor. Devemos visualizar altos vôos, porém, sermos objetivos, ao galgamos degrau por degrau. Resolver, consolidar, o micro, para depois atingirmos o macro. Temos que sensibilizar todas as classes que se devem fazer presentes na na busca de uma educação de qualidade. Para tal, a formação política, crítica, atuante, de cidadãos é muito importante, apesar de muitos visualizarem-na como pura utopia.
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