terça-feira, 25 de novembro de 2014

Uma nova chama no olhar (Saudações ao MOVERES)



Por Marcio Santos
Diretor de Meio Ambiente da FENET


Como assim disse o poeta Gonzaguinha:

"Ontem um menino que brincava me falou que hoje é semente do amanhã. Para não ter medo que este tempo vai passar. Não se desespere, não pare de sonhar, nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs. Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar. 
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá.  
Nós podemos tudo, nós podemos mais. Vamos La fazer o que será"


Entre erros, acertos e incompreensões, desde o 11 de agosto de 2011 (dia do estudante), com a fundação do Grêmio Estudantil Velho Chico (IFAL - Campus Piranhas), passando pelos momentos marcantes de afirmação e prestígio por projetos e em alguns eventos, como nas Conferências de Juventude (em suas etapas municipal, estadual e nacional),   até os dias de hoje, o orgulho e o sentimento de empoderamento das ações prol classe estudantil e de políticas publicas às comunidades  circunvizinhas do campus nunca fora tão expostas. Buscando, como de praxe, a busca de uma eficaz maturidade na luta pelos direitos, mas principalmente, que os sentimentos evidenciados se concretizem com uma participação maior / massiva dos, quem sabe, maiores interessados: os alunos não gremistas.  Traçando o próprio destino e arcando com as próprias consequências de seus atos e/ou omissões. 

Hoje, a gestão intitulada como Transformar o Sonho em Realidade (presidida por Marcio Santos e Claudivânia Freitas), com muito orgulho e entendimento de que assim o novo mandato e sonhos discentes não poderiam estar em melhores mãos, dá lugar à gestão MOVERES (Movimento Revolucionário Estudantil), presidida por Gabriel Veras e Almir Filho, no mandato 2014 / 2016, a qual nos próximos dias tomará posse, como única chapa inscrita e alcançando mais de 90% dos votos válidos, findando assim as etapas do processo eleitoral iniciado no fim de setembro.  


Gestão Transformar o sonho em realidade




Perfis à parte, assim como para humanidade dos erros e incompreensões, a certeza de novos e qualificados projetos, metas a serem alcançadas, e de valorização e melhoria de alguns já desenvolvidos pela gestão que se finda, dá à todo corpo discente a esperança, o sabor da perspectiva de um futuro promissor, de empenho, ficando os novos representantes com a prazerosa e difícil missão de transformar desejos, palavras e pulsares em suor e mãos obstinadas pelo fazer, com união, não deixando brechas à má fé e oportunismo (como já demonstrado na excelente composição da chapa), vivenciando / comparando as realidades de outros campi e grêmios pelo país, percorrendo, transitando, a / pela necessidade de uma contínua e cíclica linha tênue de exposição de vozes populistas e as não tão populares entrelinhas mediadoras de uma estratégia política de negociação. Fazendo valer os sonhos, com ética, mas colocando a tona  o preceito de politização e liderança. Não apenas de representação. Fazendo deste, um mandato histórico, e certamente melhor que o anterior. E agora, com o importante suporte da FENET (Federação Nacional dos Estudantes de Ensino Técnico) e com a transformação da sede momentânea, do restante da classe estudantil, em protagonizar com sabedoria e impessoalidade ao lado do grêmio, ações mais que palavras, de forma mais permanente. 




I - Composição da nova gestão do Grêmio Estudantil Velho Chico (MOVERES):

Gabriel da Silva Veras (Presidente), Almir de Santana Filho (Vice- Presidente), Edmaíres Rodrigues Araújo (Sec. Geral), Felipe Rodrigues Pereira dos Anjos (1° Sec.), Ranniele Luiza Ventura da Silva (1ª Tesoureira), Maisa Rodrigues de Andrade (2ª Tesoureira), Claudiane Lima Cruz (Dir. Social), José Felipe Teotônio da Silva (Dir. Esportes), Joseilda Rodrigues dos Santos (Vice Dir. Esportes), Wallif Santos Guedes (Dir. Cultura), Dalbert Freitas Pereira (Dir. Comunicações), Diogo Bezerra dos Santos (Dir. Meio Ambiente), David Derik Nogueira da Silva (Dir. Políticas Estudantis), João Victor Meneses da Silva Leal (Dir. Planejamento), José Vieira de Araújo Neto (Vice Dir. Planejamento), Rosana Tavares Conceição (Dir. Políticas Contra Opressões), Ítalo Pinheiro (1º Suplente), Raniele da Silva (2º Suplente), Verônica Sabino da Silva (3º Suplente) e Pedro Santos da Silva (4º Suplente).

II Ações da gestão Transformar o sonho em realidade: 


Formação de grêmios no município e orientação de outros no instituto; 
• Ingresso de um membro do grêmio na diretoria nacional da FENET e de uma cadeira no Conselho Municipal de Juventude; 


Disponibilização de ventiladores e bebedouro / gelágua ao instituto, a fim de suprir carência imediata e sanar problemas para corpo discente; 

• Manifestação e mediação / negociação, com a consequente instalação dos ar condicionados nas salas de aulas, adiantando o processo com o empréstimo dos mesmos por outro campus ao nosso; 

• Visitas técnicas organizadas / promovidas e/ou endossadas pelo grêmio;

• Palestras e debates bimestrais com todas as turmas, cedidos pelos professores Vinícius Souza, Fabrício Avelino, Alessandro Tileco e Alcimara Andrade; 
• Mediação na cobrança por melhorias nos laboratórios e na efetivação de aulas práticas;

• Homenagens, politização de pares e criação de mecanismo para o estímulo voluntariado do corpo discente, com a premiação dos voluntários do mês; 

• Instalação dos materiais de lazer (Tênis de mesa e Pimbolim), quando se havia o entendimento de parte do corpo docente e coordenação de que escola era lugar de estudo e não de lazer. Não entendendo a importância da socialização e ludicidade como fonte aprendizado e crescimento escolar;

• Defesa e assessoria na formulação de documentos em benefício do corpo discente para obtenção de reoferta, retroagindo justificadamente, em alguns casos, decisões de reprovação imediata. Assim como em documentos diversos documentos cobrando anseios particulares de alunos e na elaboração de projetos de pesquisa e extensão para os mesmos;

• Idealização, sob orientação e coordenação do Professor Vinícius, do Projeto e Programa Radiofônico A Voz da Juventude. Abrindo espaço às informações do instituto, ao movimento estudantil e a sociedade como um todo. Tornando-se projeto referência no estado;

• Mediação do transporte junto a gestão pública municipal aos alunos IFAL, oriundos da zona rural;

• Desarticulação da regra de Biblioteca como castigo, entendendo que a mesma, e a leitura, deve ser incentivada e não tratada como mecanismo punitivo;
• Representações gremistas e do campus no NUCA (Núcleo da Criança e Adolescente) e na Comissão Pró Selo UNICEF, e organização do I Fórum do Selo UNICEF / Piranhas-AL, juntamente com a gestão municipal atual, para construção de políticas públicas voltadas às crianças e adolescentes;

• Defesa de 3 propostas, originadas no campus piranhas e na EEX-II, na Conferência de Juventude (municipal, estadual e nacional), tendo por conseqüência a inserção das mesmas no ESTATUTO DA JUVENTUDE;

• Defesa de 3 propostas, originadas no campus piranhas e na EEX-II, na Conferência de Controle e Transparência Social (municipal e estadual;

• Representação na CONUNE (Congresso da União nacional dos Estudantes);

• Parcerias: Biblioteca Riacho do Navio, Associação Chute Certo, Comissão Pró-selo (UNICEF), na nova gestão municipal, e agora com a UFPB, sob orientação da Dra. Judy Mauria Gueiros Rosas, matrícula SIAPE 1024873, no projeto LÁ LI GIBÍ, de alfabetização por meio de literatura de Gibis; 

• Campanhas emergenciais no município, com a ajuda de igrejas locais e da Ordem Demolay (Canindé do São Francisco-SE); e Projeto do Dia da Mulher, com caminhada em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos do Município (antiga gestão municipal), criação do Dia de Princesa, prestando homenagem e presenteando as integrantes do Programa Mulheres Mil, em alusão a data supracitada; 

• Desarticulação do regime ditatorial, de parte da coordenação e corpo docente, antigamente existente em nosso campus. O qual gerava revolta no corpo discente;
• Políticas assistencialistas no município, com o Natal Solidário, Dia das Crianças e entrega de cestas básicas e de fraldas descartáveis à setores de baixa renda;
• Descentralização de eventos IFAL dos centros (Maceió, Satuba e Palmeira dos Índios), tendo como exemplo a luta e aprovação do JIF’s no campus Piranhas;
• I Arraiá da Juventude, em parceria com a EEX-II, o Irraiá e a participação no Arraiá do Centro Histórico;
• Palestra sobre Ética, com a mestranda e inspetora estadual em educação Maria Patrícia Queiróz e  Andreia Oliveira, coordenadora da CEBAFRA (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Socioambiental do Baixo São Francico), CINE DEBATE e Intervalo Cultural GEVC, ambos aprovados e ainda não realizados. Podendo a nova gestão executá-los;
• Oficina de violão e apresentações em eventos institucionais;


Gabriel da Silva Veras
Presidente eleito nas eleições 2014 / 2016 do GEVC


"Entre a luta do extremismo, mediação e a conivência, fico conivente com o extremismo mediador de meus ideais de luta" 
#Política #Ética #Estratégia #Ideologia






terça-feira, 23 de setembro de 2014

Comitiva Alagoana participa de Seminário de Assistência Estudantil em Ouro Preto


Plenária de Aprovação da Minuta Pnaes-EPTC



Entre os dias 05 e 07 de Setembro, a comitiva alagoana participou do I Seminário de Assistência Estudantil organizado pela FENET (Federação Nacional dos Estudantes de Ensino Técnico), realizado no Instituto Federal de Ciências e Tecnologia de Minas Gerais - IFMG, na cidade de Ouro Preto.  

A delegação, formada por alunos gremistas, diretor e ex-diretor da federação representativa dos estudantes, tendo na bagagem o histórico de luta no movimento estudantil, e a participação no ENET 2014 (Encontro Nacional de Estudantes de Escolas Técnicas) dentre outros, fizeram parte de um momento ímpar na busca pela efetivação de direitos dos estudantes, ao lado de mais de 100 lideranças estudantis de vários estados do país, com o debate e reformulação da Minuta Pnaes (Plano Nacional de Assistência Estudantil), para a permanência dos estudantes nas escolas técnicas com o objetivo de viabilizar a igualdade de oportunidades entre todos os estudantes, e contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico, a partir de medidas que busquem combater situações como repetência e evasão escolar, oferecendo a partir de uma regulamentação de padrão nacional a assistência à moradia estudantil, alimentação, transporte, à saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche e apoio pedagógico.





Grupos de debates, apresentações artísticas,  reunião geral de diretores FENET, plenárias e mais plenárias ditaram o ritmo das atividades do seminário dentro do campus, o qual  teve na abertura a presença, e composição de mesa, o professor Toledo (ANDES), Paloma Nascimento (presidente do grêmio do IFMG- campus Ouro Preto), o professor Artur Versiani (diretor geral do Campus Ouro Preto), Meiby Martins e Emanuele Rodrigues, ambas coordenadoras geral da FENET. 





GTs Específicos como o de Esporte e Cultura, Transporte e alimentação, Moradia e Inclusão digital e o de Saúde e apoio à estudantes pais, se destacaram com grande contribuição de propostas. Durante o Seminário também foi lançada a cartilha da FENET sobre o PRONATEC, que foi aprovada durante o ENET 2014 a sua construção.




Lista de integrantes da Comitiva Alagoana no I Seminário de Assistência Estudantil:



Paulo Henrique Silva de Amorim e Roberta Lino da Silva (Grêmio Miguel Guedes / Campus Satuba); Leonidas Canutto (Ex-Diretor de Esportes da FENET / Campus Satuba); Isac da Silva Macedo e Jadson Alencar Leite (Grêmio Alberto Nepomuceno / Campus Santana do Ipanema); Douglas Lopes Ferreira dos Santos Junior (Grêmio Edson Luis / Campus Maceió); Almir de Santana Filho (Grêmio Estudantil Velho Chico / Campus Piranhas) e Marcio Eric Figueira dos Santos (Diretor de Meio Ambiente da FENET / Grêmio Estudantil Velho Chico).













terça-feira, 16 de setembro de 2014

FENET lança Plataforma Eleitoral aos candidatos a Presidência da República




Plataforma eleitoral da Federação Nacional ENET


No dia 7 de setembro de 2014, reunidos na cidade de Ouro Preto – MG,  a diretoria da Federação Nacional de Estudantes de Ensino Técnico, diante da proximidade e relevância das eleições presidenciais a ocorrer nas próximas semanas, aprovaram a presente Plataforma Eleitoral a ser entregue a todos(as) os(as) candidatos(as) a Presidência da República.

O Brasil é um país de dimensões continentais, com uma diversidade cultural enorme, solo fértil, inúmeras riquezas naturais e uma população de mais de 200 milhões de habitantes. No entanto, mesmo vivendo o dia de nossa independência, constatamos que ainda estamos longe de atingi-la plenamente, sem garantir independência econômica e política para nossa nação, em especial no grave processo de crise econômica que enfrentamos há alguns anos e que tem imposto demissões, fome e sofrimento a milhões de pessoas em todo o mundo.

Analisamos o quadro de regressão industrial na economia brasileira com extrema preocupação, numa política econômica que favorece a exportação de commodities e nos limita a um papel agrário-exportador na economia mundial, impedindo nosso desenvolvimento e tornando o país ainda mais refém das grandes empresas multinacionais, do sistema financeiro e especuladores que recebem bilhões com o famigerado pagamento da dívida pública, consumindo 42% do orçamento da União, conforme dados da Auditoria Cidadã da Dívida Pública.

Nesse sentido, nos posicionamos e apresentamos as candidaturas à presidência da república a necessidade de romper com o pagamento da dívida pública, para efetivamente garantir os investimentos em educação, emprego, saúde, moradia, transporte, reforma agrária e tantas outras medidas fundamentais para conquistarmos a verdadeira independência para a juventude e o povo brasileiro.

Contrariamente a essa política, temos visto tomar corpo com apoio da grande mídia a proposta de “autonomia” do Banco Central, entregando ao controle dos banqueiros um órgão regulador de fundamental importância para a economia e a vida dos brasileiros(as), e constituindo-se num grande ataque a soberania nacional.

É preciso romper com a política de privatizações de portos, aeroportos, rodovias, com a entrega de nossos recursos naturais, com a imediata suspensão dos LEILÕES DO PETRÓLEO e a retomada de uma Petrobrás 100% pública, bem como por fim as “parcerias” público-privadas que atacam os serviços públicos essenciais como a saúde e a educação.

Inegavelmente temos vivido na educação profissional profundas transformações, desde a significativa expansão da rede federal com os seus mais de 500 campi, e a implantação do PRONATECFrente a expansão, acreditamos ser decisiva a continuidade da expansão da rede dotando os novos e antigos campi da infraestrutura necessária para aulas de laboratório, visitas técnicas,  uma política de assistência estudantil inclusiva, com a aprovação do Plano Nacional de Assistência Estudantil hoje tramitando no Congresso Nacional, e a ainda o estabelecimento do piso salarial técnico tão importante para nossas futuras profissões.

Por sua vez o PRONATEC reafirma a lógica de uma educação profissional voltada quase que exclusivamente a qualificação, e ainda a um fortalecimento do setor privado na educação através do Sistema S e de outras instituições privadas de ensino. Queremos uma educação profissional na perspectiva da profissionalização da juventude e dos trabalhadores, com uma visão ampla e não mecanicista, e do fim do financiamento público para a educação privada.

Candidatos(as),

A partir dos dezesseis anos podemos votar, porém não queremos apenas escolher os políticos, mas principalmente queremos opinar nas propostas aser implementadas no país, por isso a Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico apresenta sua plataforma eleitoral a sociedade brasileira e a todos vocês.

1.        Auditória da dívida pública e suspensão do seu pagamento que consome 42% do Orçamento Geral da União;
2.        Fim dos leilões do petróleo e minério brasileiro, por uma exploração que respeite o meio-ambiente e as necessidades do Brasil;
3.        Reforma tributária que implemente a cobrança progressiva de impostos. Quem ganha mais, paga mais.
4.        Limitação do envio de remessas de lucros e dividendos para o exterior;
5.        Reestatização de setores economicamente estratégicos, como a siderurgia e a produção de energia;
6.        Investimento de 10% do PIB na educação pública, garantindo o incentivo a pesquisa e a ciência, com ampliação de bolsas e programas de iniciação científica;
7.        Reforma agrária, desapropriaçãodas terras improdutivas e reassentamento das famílias sem-terra. Assistência técnica e financeira para fortalecer a agricultura familiar, responsável por 77% dos empregos agrícolas e por 70% da produção de alimentos.
8.        Redução da jornada de trabalho para seis horas diárias, garantindo maior tempo de descanso aos trabalhadores e mais empregos a população;
9.        Estabelecimento do piso salarial técnico em 66% do salário dos profissionais de nível superior;
10.    Reforma urbana, utilização de prédios vazios para moradia, ampliação dos programas habitacionais com maior destinação de imóveis a população de baixa renda.
11.    Contra a redução da maioridade penal, e pela desmilitarização das PM´s;
12.    Punição a todos os assassinos e torturadores da ditadura militar;
13.    Demarcação das terras indígenas e quilombolas;
14.    Garantia da liberdade de organização e expressão, contra a criminalização dos movimentos sociais;
15.    Igualdade de direitos e contra quaisquer tipos de discriminação religiosa, racial ou de orientação sexual;
16.    Respeito ao meio-ambiente, recuperação das florestas, compreendendo papel fundamental que elas cumprem na manutenção do planeta;
17.    Democratização da comunicação através de um novo marco regulatório que acabe com os monopólios e permita o fortalecimento dos meios de comunicação alternativos e populares, oferecendo ao público mais diversidade de posições;
18.    Fortalecimento da cultura popular brasileira com mais incentivo as manifestações culturais regionais e criação de mais espaços culturais para a juventude; Fim da restrição à meia-entrada;
19.    Estabelecimento de passe livre para a juventude;
20.    Reforma política que democratize a participação popular nas decisões do país;



Meybi Martins e Emanuele Rodrigues
Coordenadoras Geral da FENET





segunda-feira, 5 de maio de 2014

Dia Internacional do trabalho: De onde vem as bandeiras? Onde vai parar a educação?





Passada a semana alusiva ao Dia do Trabalho, comemorado na última quinta, e em plena ebulição afirmação e reivindicação de anseios através de inúmeras greves pelo país, e mais especificamente a dos professores e servidores, se fazem necessários o conhecimento histórico, posicionamentos e questionamentos, num ano atípico e oportuno para o levante de inúmeras bandeiras sociais no Brasil: ano da copa do mundo de futebol. 

“A história do Primeiro de Maio mostra, portanto, que se trata de um dia de luto e de luta, mas não só pela redução da jornada de trabalho, mais também pela conquista de todas as outras reivindicações de quem produz a riqueza da sociedade.” – Perseu Abramo 

O dia 1º de maio, conhecido como Dia Internacional do Trabalhador, tomou corpo a partir de uma greve deflagrada em Chicago, na referida data do ano de 1886. Indústrias da Europa e dos Estados Unidos pagavam baixos salários e provocavam a deterioração da saúde mental e física dos trabalhadores com jornadas de trabalho que chegavam a 17 horas diárias, não havendo férias, descanso semanal e aposentadoria. Em Chicago-EUA, após dois dias do início das greves, a policia disparou contra um grupo de operários, matando 6 e ferindo 50, prendendo centenas, culminando, no dia 4, com o pisoteio,  espancamento e morte de diversos manifestantes.

Quase seis anos depois dessa “batalha” em Chicago, após julgamentos e
mobilizações, foi aprovada, em Congresso na cidade de Bruxelas, a resolução que tornava o 1º de maio um dia comemorativo de trabalhadores no mundo todo, durante o qual eles deveriam manifestar suas reivindicações. 


Então, de onde vem as bandeiras? Vem do legado histórico deixado pela classe trabalhadora / operária a partir de sua luta perante a opressão da classe proletária. Como August Spies Parsons, oradores e uns dos líderes do movimento grevista em Chicago, disseram respectivamente:


"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário - este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, esperam a redenção – se esta é sua opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!"

"Arrebenta a tua necessidade e o teu medo de ser escravo, o pão é a liberdade, a liberdade é o pão". 



Hoje, no Brasil, diante desse legado e de outros, "é garantido pela Constituição Federal do Brasil, através do seu artigo 9º, o direito social de todo e qualquer trabalhador, cabendo aos próprios trabalhadores exercerem a oportunidade desse direito, bem como definirem os interesses que serão defendidos, a greve. Logo, negar aos trabalhadores o direito ao salário quando estiverem exercendo o direito de greve equivale, na prática, a negar-lhes o direito de exercer o direito de greve, e isto não é um mal apenas para os trabalhadores, mas para a democracia e para a configuração do Estado Social de Direito do qual tantos nos orgulhamos!

Conforme Ementa, da lavra de Rafael da Silva Marques, aprovada no Congresso Nacional de Magistrados Trabalhistas, realizado em abril/maio de 2010: não são permitidos os descontos dos dias parados no caso de greve, salvo quando ela é declarada ilegal. A expressão suspender, existente no artigo 7 da lei 7.783/89, em razão do que preceitua o artigo 9º. da CF/88, deve ser entendida como interromper, sob pena de inconstitucionalidade, pela limitação de um direito fundamental não autorizada pela Constituição federal.
Ora, se a greve é um direito fundamental não se pode conceber que o seu exercício implique o sacrifício de outro direito fundamental, o da própria sobrevivência. Lembrando-se que a greve traduz a própria experiência democrática da sociedade capitalista, não se apresenta honesto impor um sofrimento aos trabalhadores que lutam por todos, que, direta ou indiretamente, se beneficiam dos efeitos da greve".  (JusBrasil) 

No entanto, no que diz respeito a atual e polêmica greve dos professores e servidores, e mais especificamente a dos federais de Alagoas, a polêmica atinge marcos de embate classista (entre docentes e discentes), com manifestações de ambos os lados. Professores na busca de melhorias para classe e alunos (futuros trabalhadores) pelo direito de terem as aulas cumpridas. Quem tem a razão? Os atores desses manifestos gozam de pleno direito legal, moral e ético?                                                                                                                                                                                                                 

  
Historicamente, como falado anteriormente, a paralisação e a greve se tornaram os recursos mais eficazes, à disposição dos trabalhadores, do povo, como meio de pressão para obter suas reivindicações cumpridas. A greve, é mecanismo político legal. Se justa, já é outra história. Mas, não podemos torná-la uma vilã,como na implantação do estado novo, sendo encarada como um delito, algo nocivo e considerada como um recurso prejudicial à economia, e anti-social. Devemos analisa-la. Os alunos que estão contra o movimento grevista, principalmente os que estão prestes a concluírem seus cursos,  se opõem a mesma devido ao prejuízo de vivenciarem mais uma greve, ao não cumprimento da classe docente de renegociarem as pautas da greve no tempo preestabelecido (2015), como também, dos mesmos continuarem ensinando no PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), estando de greve nos cursos periódicos. Já os professores, principalmente, segundo informações do Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional do Estado de Alagoas (Sintieftal), o direito a reajuste salarial, a implantação da data-base com a reposição de perdas salariais e a consolidação das Leis do Trabalho (CLT).  Seria então esta greve mero oportunismo ou oportunidade de garantia legal?                                                                                                                                                                      
 Creio que devemos apoiar as greves, por ser um direito e exercício de cidadania. Para não sermos meramente classistas, pois o mundo é um moinho, e ambos estamos no mesmo barco: educação. Assim como devemos apoiar as diversas manifestações estudantis contra a própria greve. Paradoxal isso?! NÃO. Pois, ambos tem o direito, e no caso específico desta greve que vivemos, além dos expostos acima, faltam informações passadas pelos docentes diretamente ao alunado e, apesar dos diversos benefícios, existe um abismo proporcionado pelo Governo Federal, entre a utopia expansionista dos Institutos e Universidades Federais e sua realidade particular (proes e contras). Causando assim a discórdia. Quais são as suas reivindicações de fato? Estamos dispostos a arcar com as consequências? Os professores que aderiram a greve estão exercendo, assim como o direito de greve, o dever de manifestarem? Os alunos oposicionistas a greve estão pensando coletivamente para o desenvolvimento da educação? Certamente que as grandes mudanças sociais que houveram partiram de grandes mobilizações. Isso é inegável. São deixadas cicatrizes. Porém, os maiores problemas, pela própria hierarquia vertical, pela superficialidade, e pela mecânica velocista de nosso sistema social, é a desunião e as consequências de tais atos. Como meu bisavô já me dizia: "Na briga entre a maré e o rochedo, só quem se lasca é o siri ". Ou seja, os alunos. Mais que esclarecimentos são necessários. Mais que mudanças paliativas e circunstanciais são necessárias. Afinal, que mudanças queremos na sociedade? Que mudanças queremos para educação?  Qual a forma de expansão que queremos nas redes federais de ensino?                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      Marcio Santos - Presidente do GEVC                                                                                                                                                                                                                                                   
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